quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Web 2.0

Introdução:
A internet é um recurso tecnológico que já está praticamente inserido em todos os âmbitos escolares. Senão, está em vias de implantação, devido à urgência que se faz de seu uso. Nas instituições que já contam com esta ferramenta, a atenção não está mais voltada para a sua horizontalidade ou hipertextualidade, ou seja, os alunos sabem como utilizá-la adequadamente na maioria das vezes. O que importa agora é a mediação proposta pelos novos recursos utilizados pelos usuários e como absorvê-los de forma significativa e eficiente na sala de aula e nos laboratórios de informática. A aprendizagem colaborativa, os novos espaços midiáticos e o atual modelo de sociedade do conhecimento são traduzidos pelos recursos da Web 2.0.

Desenvolvimento:
Os recursos da Web 2.0 têm promovido uma nova forma de transmitir conhecimento, que não são promovidas de forma linear, mas de todas as formas possíveis ao usuário, bastando apenas que este esteja conectado e participando de algumas das inúmeras redes de relacionamento existentes na web. Assim, espaços como Orkut, Facebook, Ning, Twitter e demais redes, proporcionam ao internauta estar frente às informações durante a navegação, sendo bombardeado com inúmeras delas a todo instante.

Antoun e Pecini (2007) destacam que o foco da temática em questão é “uma reflexão sobre o recorrente questionamento sobre as formas de mediação nas redes digitais de comunicação”. Dessa forma, os professores têm se preocupado em como conduzir práticas que efetivem o uso da Web 2.0 de forma crítica e reflexiva, mas principalmente, entendendo como se dá este acontecimento na nova geração. A escola, como lócus do saber e responsável por atender as exigências que a sociedade lhe impõe, não poderia deixar de responder a este questionamento, pois “a educação é parte de uma economia global do conhecimento e como tal, também emerge nas potencialidades das tecnologias de informação e comunicação” (BASSO, 2009, p. 12).

A Web 2.0 proporciona um novo pensar sobre a sociedade da qual fazemos parte. Se antes da sua chegada era inegável a constituição de um currículo que fomentasse novas conexões entre escola, sociedade e trabalho, agora seu uso faz-se mais dinâmico e abrangente, pois integra, coletiviza e oportuniza a todos o acesso ao conhecimento. Basso (ibidem, p. 3) nos leva a refletir sobre a relação entre o tempo e o espaço da sociedade e o tempo e o espaço da escola como sendo tempos diferentes, mas que precisam estar em sintonia, pois “o currículo da sociedade disciplinar ainda fundamenta práticas pedagógicas sob modos e tempos de espaços fixos e limitados”, orientando que não há mais espaços fixos, mas espaços desterritorializados.

O que é perceptível ainda é que vivenciamos um espaço onde o velho está sendo reinventado e reconstituído de novas roupagens, mas sem que se conceba exatamente o que se pretende as novas formas espaciais e temporais de aprender, ou seja, na maior parte das vezes, o professor tende a oferecer práticas antigas embaladas em novos aparatos tecnológicos, que mal sabe utilizá-lo frente ao seu aluno. Como Bazzo observa, “embora a escola e os processos educativos estejam inovando-se no uso das tecnologias, ainda as estratégias para o uso dos dispositivos são as velhas estratégias organizacionais e pedagógicas...” (Ibidem, p. 5)

A análise do currículo que se faz operante na escola é a principal saída para vislumbrar uma nova escola moderna, dinâmica e criativa, operando estratégias que sejam significativas para seus alunos e incentivando-os na construção da autonomia.

Uma ampla reestruturação do papel da escola, bem como do professor se fazem presentes neste momento. A escola passa a ser um lugar de análises críticas, onde o professor já não é mais o detentor e transmissor de toda a informação. As novas tecnologias de comunicação e informação assumem esse papel e o professor deve passar a ser o mediador do processo de (re)construção do conhecimento pelo aluno. (BELINI, Williian et al., 2005, p.3).

Vários são os benefícios que a Web 2.0 oferece aos alunos. É importante que a escola se disponha a compreendê-los e inseri-los adequadamente em seu projeto político-pedagógico, de forma a proporcionar atitudes e procedimentos nos seus alunos até então não conseguidos eficazmente pela forma tradicional, como o trabalho coletivo, a aprendizagem colaborativa, a construção do conhecimento de forma ativa, a interação em outros ambientes onde a educação se faz presente, a contextualização dos conteúdos, a internalização dos mesmos e a prática da solidariedade a partir do trabalho em equipe, sem falar do gerenciamento das próprias atividades e da criação dos próprios roteiros de aprendizagem.

Conclusão:
A construção de espaços de discussão sobre as vantagens possibilitadas pela Web 2.0 é fundamental para a escola que se pretende estar atenta as novas particularidades que envolvem a atual dinâmica mundial. É no seio da escola ainda que deve ser fomentado os grandes ideais de mudanças significativas para a sociedade. A internet é apenas uma ferramenta, o computador apenas uma máquina, mas o homem será sempre a matéria-prima na relação ensino-aprendizagem.

Referências bibliográficas:
ANTOUN, Henrique; PECINI, André C. A web e a parceria: projetos colaborativos e o problema da mediação na internet. In: Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 1, n. 16, p. 1-17, jan./jun. 2007.
BASSO, Maria Aprecida José. Currículoe web 2.0: Argumentos possíveis a ua diferenciação em educação digital. In: Revista e-Curriculum, PUCSP-SP, V. 4, n. 2, jun. 2009. Disponível em http://www.pucsp.com.br/ecurriculum. Acesso em 14/10/2009
BELINI, Willian, et al. Ferramentas de Comunicação e Software Livre: Inclusão Digital em Escolas Públicas do Paraná. In: Congresso Nacional de ambientes hipermídia para aprendizagem. UFSC/CTC, v. I, p. 1-10, 2006.

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